LITERATURA DE CULTO 20: PRODUÇÕES FICTÍCIAS - 13 ANOS DE INSUCESSOS
Tiros Certeiros:
- Entrevistas Históricas, Boião de Cultura e Herman Zap, para o Parabéns (RTP1, 1992 a 1995);
- Contra Informação (RTP 1, 1996 a esta data);
- Herman Enciclopédia (RTP 1, 1996 e 1997);
- HermanDifusão Portuguesa (Antena 1 e Antena 3, 1998, ainda as tenho em cassete BASF gravadas à pressa antes de ir para a escola);
- Major Alvega (RTP 1, 1998);
- Conversa da Treta (Antena 1, 1998 e SIC, 1999);
- Paraíso Filmes (RTP 1, 2001, queremos a série completa em DVD JÁ);
- O Programa da Maria (SIC, 2002);
- Gato Fedorento (Em Blog, livro, 4 edições em DVD e roupa interior masculina perfumada, SIC Radical e RTP 1, 2003 a esta data);
- Inimigo Público (Suplemento do Público, 2003 a esta data).
Todos estes produtos foram gerados na casa que continua a marcar o ritmo do humor no audiovisual Português: As Produções Fictícias.
O livro Produções Fictícias - 13 Anos de Insucessos procura traçar o percurso desta produtora, desde a sua pré-história na sala número 27 da Travessa da Fábrica dos Pentes até aos projectos para 2006 (altura em que o livro foi editado). Num misto de historial com antologia e album de família, neste livro temos acesso livre às almas criadoras que ajudaram a provocar as mais sonoras e memoráveis gargalhadas na última década e meia, os seus amores e desamores (relatos de violência física pelo meio) entre eles próprios, as private jokes e as alarvidades que caíram na boca do povo, os processos de escrita o meio do caos, ilustrando que Roma e Pavia não se fizeram num dia, com quase tantos tiros certeiros como tiros ao lado, sem ignorar os dolorosos e necessários tiros no pé.
Pistas para desvendar o grande mistério sobre o verdadeiro autor d'O Meu Pipi, a inclusão da versão original não-censurada da infame "A Última Ceia" (será que ninguém mete isso no Youtube?), os flyers e notas de imprensa da Paraíso Filmes, a génese do Gato Fedorento e dos Cebola Mol, relatada com um tom quase nostálgico mas longe da lamechice, e uma grande imensidão de humor de primeira apanha, tudo condensado num potente e volumoso canhenho que se lê em duas viagens de autocarro Faro-Lisboa, Lisboa-Faro.
Destaque para o seguinte trecho, sobre um certo senhor que neste momento está a ser (injustamente, a meu ver) crucificado na sua própria casa por muita gente com ideias pré-concebidas sobre um certo programa com muito potencial para crescer (aposto que para o mês que vem anda meio Portugal a papaguear "Beijinho booom"... Lembram-se da tareia que o Herman Enciclopédia levou aquando a sua estreia? Pois, eu também já me tinha esquecido), trecho esse que, embora possa parecer apatetado tirado assim do contexto, revela que este senhor é um ser humano e não um macaquinho que existe para entreter :
"Enquanto Pina, o do humor corrosivo e espontâneo, lançava as mãos à cabeça, perguntando «Mas como é que este gajo [vulgo: Miguel Viterbo, o do humor imperceptível] até sabe de pintura de barcos?!», Markl, o novato assustado, fugia com frequência para perto de um microondas, pondo o prato rotativo a funcionar com um bule de chá dentro por lhe proporcionar uma sensação de calma capaz de superar os berros de Nuno e Viterbo, disputando decibéis em discussões sobre sintaxe e semântica ou sobre férias no campo ou na praia.
Parece que, certa noite, desesperado por um raio de sol, Nuno Artur desabafou: «Quem me dera ir para a praia! Estou farto!» Segundos depois já Viterbo, cuja mundividência se caracteriza por ser diferente da do mais comum dos mortais, se lançara furiosamente no combate desta declaração: «Isso de ir para a praia é uma ideia absolutamente deprimente! Férias na praia! Que deprimente!» E continuaram por aí fora: «Mas deprimente porquê?», perguntava Nuno; «É um conceito estúpido, esse do calor e da praia», ripostava Miguel; «Mas porquê?», insistia Nuno. Markl evadiu-se para o seu improvisado estúdio zen no momento em que o tema em apreço resvalou para «o lazer nas sociedades contemporâneas». Em frente ao microondas, já nem queria saber dos cinco textos que tinham que entregar a Herman José às dez horas dessa mesma manhã..."
- Entrevistas Históricas, Boião de Cultura e Herman Zap, para o Parabéns (RTP1, 1992 a 1995);
- Contra Informação (RTP 1, 1996 a esta data);
- Herman Enciclopédia (RTP 1, 1996 e 1997);
- HermanDifusão Portuguesa (Antena 1 e Antena 3, 1998, ainda as tenho em cassete BASF gravadas à pressa antes de ir para a escola);
- Major Alvega (RTP 1, 1998);
- Conversa da Treta (Antena 1, 1998 e SIC, 1999);
- Paraíso Filmes (RTP 1, 2001, queremos a série completa em DVD JÁ);
- O Programa da Maria (SIC, 2002);
- Gato Fedorento (Em Blog, livro, 4 edições em DVD e roupa interior masculina perfumada, SIC Radical e RTP 1, 2003 a esta data);
- Inimigo Público (Suplemento do Público, 2003 a esta data).
Todos estes produtos foram gerados na casa que continua a marcar o ritmo do humor no audiovisual Português: As Produções Fictícias.
O livro Produções Fictícias - 13 Anos de Insucessos procura traçar o percurso desta produtora, desde a sua pré-história na sala número 27 da Travessa da Fábrica dos Pentes até aos projectos para 2006 (altura em que o livro foi editado). Num misto de historial com antologia e album de família, neste livro temos acesso livre às almas criadoras que ajudaram a provocar as mais sonoras e memoráveis gargalhadas na última década e meia, os seus amores e desamores (relatos de violência física pelo meio) entre eles próprios, as private jokes e as alarvidades que caíram na boca do povo, os processos de escrita o meio do caos, ilustrando que Roma e Pavia não se fizeram num dia, com quase tantos tiros certeiros como tiros ao lado, sem ignorar os dolorosos e necessários tiros no pé.
Pistas para desvendar o grande mistério sobre o verdadeiro autor d'O Meu Pipi, a inclusão da versão original não-censurada da infame "A Última Ceia" (será que ninguém mete isso no Youtube?), os flyers e notas de imprensa da Paraíso Filmes, a génese do Gato Fedorento e dos Cebola Mol, relatada com um tom quase nostálgico mas longe da lamechice, e uma grande imensidão de humor de primeira apanha, tudo condensado num potente e volumoso canhenho que se lê em duas viagens de autocarro Faro-Lisboa, Lisboa-Faro.
Destaque para o seguinte trecho, sobre um certo senhor que neste momento está a ser (injustamente, a meu ver) crucificado na sua própria casa por muita gente com ideias pré-concebidas sobre um certo programa com muito potencial para crescer (aposto que para o mês que vem anda meio Portugal a papaguear "Beijinho booom"... Lembram-se da tareia que o Herman Enciclopédia levou aquando a sua estreia? Pois, eu também já me tinha esquecido), trecho esse que, embora possa parecer apatetado tirado assim do contexto, revela que este senhor é um ser humano e não um macaquinho que existe para entreter :
"Enquanto Pina, o do humor corrosivo e espontâneo, lançava as mãos à cabeça, perguntando «Mas como é que este gajo [vulgo: Miguel Viterbo, o do humor imperceptível] até sabe de pintura de barcos?!», Markl, o novato assustado, fugia com frequência para perto de um microondas, pondo o prato rotativo a funcionar com um bule de chá dentro por lhe proporcionar uma sensação de calma capaz de superar os berros de Nuno e Viterbo, disputando decibéis em discussões sobre sintaxe e semântica ou sobre férias no campo ou na praia.
Parece que, certa noite, desesperado por um raio de sol, Nuno Artur desabafou: «Quem me dera ir para a praia! Estou farto!» Segundos depois já Viterbo, cuja mundividência se caracteriza por ser diferente da do mais comum dos mortais, se lançara furiosamente no combate desta declaração: «Isso de ir para a praia é uma ideia absolutamente deprimente! Férias na praia! Que deprimente!» E continuaram por aí fora: «Mas deprimente porquê?», perguntava Nuno; «É um conceito estúpido, esse do calor e da praia», ripostava Miguel; «Mas porquê?», insistia Nuno. Markl evadiu-se para o seu improvisado estúdio zen no momento em que o tema em apreço resvalou para «o lazer nas sociedades contemporâneas». Em frente ao microondas, já nem queria saber dos cinco textos que tinham que entregar a Herman José às dez horas dessa mesma manhã..."
Etiquetas: Literatura, Produções Fictícias - 13 Anos de Insucessos